Caso de assédio sexual envolvendo servidores nomeados chega ao Ministério Público

Promotor de Justiça vai definir se denuncia caso à Justiça


PUBLICIDADE

MIDIAMAX

Já foi encaminhado ao MPE-MS (Ministério Público Estadual) o inquérito instaurado pela Polícia Civil para investigar crime de assédio sexual supostamente envolvendo servidor do segundo escalão do governo de Reinaldo Azambuja (PSDB), nomeado em janeiro do ano passado, com status de secretário estadual.

 

O caso foi conduzido pela chefe da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) Ariene Nazareth Murad de Souza Cury. Ela apurou a denúncia da ex-repórter da TVE, em Campo Grande, Nilmara Caramalac, que acusa de assédio sexual o diretor-presidente da Fundtur (Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul), Nelson Cintra Ribeiro (PSDB).

 

“Ouvi sete pessoas, pedi perícia do aparelho celular da repórter, conclui o inquérito e mandei para o MPE”, revelou a delegada da Deam. 

 

Nilmara, também nomeada, disse ter sido assediado enquanto produzia uma série de reportagens acerca da passagem da tocha olímpica, no interior de MS.

 

Cintra teria, segundo a repórter, convidado-a a entrar num quarto de hotel onde estavam hospedados junto com outros profissionais da TV e ainda pedido fotos nuas que deveriam ser remetidas por Whatapp ao diretor-presidente da Fundtur.

 

Durante a produção das reportagens, Cintra estaria atuando como chefe de Nilmara. Com a recusa do convite para ir até o quarto do hotel, afirma Nilmara, o diretor passou a destrata-la e ainda teria pedido sua demissão.

 

A delegada informou ter ouvido, além da repórter, que denunciou o caso, Nelson Cintra, o jornalista Bosco Martins, diretor-presidente da TVE, e outras cinco pessoas, entre eles servidores da televisão e da Fundtur.

 

Ariene Murad informou que na perícia feita no aparelho celular foram recuperados trechos de conversa entre a repórter e Nelson Cintra. “O conteúdo [diálogo] não posso divulgar por se tratar de assunto sigiloso, cabe agora ao MPE conduzir o caso”, disse a delegada.

 

Nilmara Caramalac foi quem propôs à delegada a quebra do sigilo telefônico. Segundo a repórter, numa das conversas que teve com o diretor da Fundac, por Whatsapp, recebeu o pedido das fotografias nuas. A repórter afirmou não ter concordado com a proposta, no entanto, mandou ao diretor da Fundtur uma fotografia que já havia publicado na conta pessoal do Facebook. Nilmara disse ter enviado a imagem em que aparece de maiô  por temer alguma represália do chefe.

 

TRÂMITE

A delegada afirmou que a partir da conclusão do inquérito é tarefa do MPE em dar um desfecho na questão.

 

A assessoria de imprensa do MPE informou que o caso chega às mãos de um promotor ou promotora de Justiça 15 dias depois de o inquérito ser concluído pela delegada. Ainda segundo a assessoria do MPE, “ também nesses 15 dias, o promotor vai analisar se há elementos suficientes [para denunciar o envolvido]. Pode [promotor] decidir denunciar, pedir arquivamento ou devolver para diligências”.

 

Isto é, o promotor de Justiça, caso queira, devolve o inquérito a delegada ou, então, oferta a denúncia contra Cintra na Justiça.

 

A pena imposta a condenados por assédio sexual não supera a casa dos dois anos por ser considerado de "crime de menor potencial ofensivo".

 

Depois do episódio denunciado, Nilmara foi tirada da TVE e nomeada para trabalhar na secretaria de Estado da Casa Civil. Num último contato com a repórter, duas semanas atrás, ela disse que ainda não tinha sido convocada pela secretaria.


Nos siga no




PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE