Em meio à desconfiança, elogios ecoam a favor de Barbieri entre jogadores. Entenda

Treinos didáticos e dinâmicos, conversas individualizadas, time compacto, meias ofensivos: em duas semanas, interino conquista atletas, mas ainda precisa convencer dirigentes e torcedores


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Passaram-se duas semanas da demissão de Carpegiani. Desde então, entre análises de nomes de peso, o departamento de futebol deixou a missão de conduzir o time para Maurício Barbieri. O auxiliar permanente e, por enquanto, técnico interino, trabalha em silêncio, mas o barulho por sua efetivação já faz eco no elenco.

 

Seu estilo estudioso e didático parece ter agradado aos jogadores, que compraram o barulho e usaram os microfones para exaltar Barbieri. Enquanto o Flamengo foi ao mercado e ouviu negativas de treinadores consagrados, o interino foi a campo e teve a seu favor um artigo raro para técnicos do Brasil: tempo para treinar e trabalhar.

 

Por ora, no entanto, a confiança depositada pelos jogadores ainda não é a mesma da direção. O departamento de futebol vê Barbieri como um técnico promissor, mas, enquanto analisa o mercado, ainda não se definiu pela efetivação. Prefere aguardar os resultados.

 

Nas redes sociais, a maior parte da torcida também parece desconfiada e, no momento, aparenta preferir um treinador mais experiente.

 

Mas qual é o perfil de Barbieri? Por que seu estilo agradou aos jogadores? Quais as diferenças dos treinos dele para o de Carpegiani? Listamos abaixo.

 

Apesar da pouca idade (36 anos), o elenco percebeu que Barbieri entende do riscado. O treinador conversa com os jogadores, especialmente com os mais experientes. Ele ouve, mas também é ouvido. O interino tem o respeito de seus comandados.

 

Barbieri é muito didático. Há relatos de que ele fala especificamente o que quer de cada atleta. Treina situações de jogo e exige que elas aconteçam na partida. O gol de Diego contra o Atlético-GO foi uma situação treinada, por exemplo, segundo os próprios jogadores.

 

Barbieri fala e orienta muito, mas deixa o treino correr. Carpegiani, por exemplo, parava o treino a todo momento, o que tirava o dinamismo da atividade, segundo relatos.

 

O treinador para menos o treino, mas não se esquiva de paralisar a atividade para mostrar o que quer. Na última terça, levou uma mesa tática para campo e orientou o elenco. Juan, que já havia deixado o campo, voltou para ouvir o que Barbieri tinha para falar.

O treinador e jogadores, em entrevistas, afirmam que o Flamengo está mais compacto desde que Barbieri assumiu. Além disso, elogiam a aproximação dos meias, que estavam muito recuados com Carpegiani.

 

Jogadores comentam entre si que Barbieri parece mais convicto do que Carpegiani nas arrumações e como conduzir a comunicação ao time. Um episódio envolvendo Geuvânio fez com que o time ficasse ressabiado com o ex-treinador. Titular numa partida contra a Portuguesa pelo Carioca, ele fez dois gols na vitória por 4 a 0. Na partida seguinte, diante do Fluminense, o atacante soube que não ficaria nem no banco já de chuteiras calçadas no vestiário.

 

 

O que dizem os atletas

Cuéllar

- Acho o Barbieri um técnico maravilhoso. Tem muitas ideias boas. Se ele está aqui, tem qualidade para ser treinador. Nos mostrou em uma semana e pouco, que a ideia vai junto com a do Flamengo. Se ele ficar, vamos trabalhar para dar continuidade ao trabalho dele.

 

- O professor Paulo (Carpegiani) tinha ideia de os meias virem mais de trás. Agora com Mauricio, ele está querendo que meias ataquem a área, os espaços. Gol feito pelo Diego foi treinado a semana toda.

 

Lucas Paquetá

- A gente tem o Barbieri que é um excelente treinador, um cara profissional que passa muita confiança. Isso acaba nos deixando mais à vontade à espera de algum novo treinador ou a permanência dele. A gente sabe que a diretoria vai fazer o melhor para que o clube saia vencedor nisso tudo.

 

- A questão é oportunidade. Eu tive a minha e ainda procuro corresponder. Ele está tendo a oportunidade dele, é um excelente profissional e tem a confiança de todos nós para fazer um excelente trabalho pelo Flamengo.

 

 

Henrique Dourado

- O Barbieri tem uma inteligência de fazer com que nós compreendamos o que ele quer como equipe, para nos aprimorar ainda mais de chegada em blocos, recomposição defensiva.

 

- Sem dúvida (a aproximação do meio na área) foi uma das coisas que fez a diferença no amistoso. Além de estarmos compacto, precisamos ter essa chegada. No dia a dia, temos que melhorar ainda mais. Isso facilita não só para mim, mas para toda a equipe. O Barbieri tem trabalhado para que estejamos prontos.

 

- Uma das características que me chamou a atenção no Barbieri é a inteligência. Ele nos mostra simples coisas que fazem a diferença na partida. Procuramos dar suporte e ele a nós. É uma oportunidade na carreira dele. Ele procura conversar bastante, nos dá confiança e liberdade para fazer uma jogada, e isso ajuda bastante.

 


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