Com seis pontos a menos, Cruzeiro precisará de campanha de campeão para garantir acesso

Levantamento do Esporte Interativo mostra como perda de seis pontos teria afetado todos os clubes que subiram para a primeira divisão na década.


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ESPORTE INTERATIVO

Na última terça-feira (19), a FIFA decidiu punir o Cruzeiro com a perda de seis pontos por conta de uma dívida com o Al-Wahda referente ao volante Denilson. Sem possibilidade de recurso, a missão de voltar para a Série A, que já não era fácil, agora se torna ainda mais difícil.

 

A reportagem do Esporte Interativo fez um levantamento dos números da última década e de que forma isso afetaria o acesso dos clubes para a primeira divisão. A conclusão pode assustar o torcedor celeste.

 

Nenhum clube iniciou a Série B devendo pontos na década. A situação é inusitada e, por isso, deve receber um olhar diferente no planejamento de pontos para a conquista do acesso. Observando a tabela das competições disputadas entre 2010 e 2019, o Esporte Interativo concluiu que nenhuma equipe que conquistou o acesso na terceira ou quarta colocação sustentaria o feito com a perda de seis pontos. 

 

Clubes habitualmente presentes na disputa da elite do futebol nacional amargariam ao menos mais um ano na Série B. O Vasco, por exemplo, subiu para a Série A ocupando a terceira colocação em 2014 e 2016.

 

A perda de seis pontos faria com que o clube caísse para a quinta colocação, deixando as vagas para América-MG e Náutico, respectivamente. Bahia em 2010 e 2016, Vitória em 2012 e 2015, Sport em 2011 e 2013, Athletico em 2012, Ceará em 2017, Goiás em 2018, entre outros considerados cartas marcadas na volta para a Série A antes mesmo da bola rolar, também ficariam pelo caminho.

 

A perda de seis pontos gera dúvidas no acesso até se o Cruzeiro alcançar algumas pontuações de cinco dos dez vice-campeões da última década. Figueirense, Náutico e Criciúma conquistaram o bilhete de volta para a Série A com a segunda colocação das três primeiras edições da Segunda Divisão da última década, mas se perdessem seis pontos deixariam suas vagas para Portuguesa, Vitória e São Caetano, respectivamente quinto colocados de cada temporada. 

 

Mais recentemente, em 2015, o Santa Cruz lamentaria a falta de seis pontos não só pela matemática que o tiraria da Série A, mas também por ver o rival Náutico garantir a vaga que seria do Tricolor no G4. Por fim, em 2018, a surpreendente campanha que rendeu o vice-campeonato do CSA, em caso de perda dos seis pontos, renderia apenas a oitava colocação da competição ao clube alagoano.

 

Todos os terceiros e quartos colocados teriam que disputar a Série B novamente. Cinco dos dez clubes que conquistaram o vice-campeonato teriam de esquecer o feito e a vaga na Série A.

 

Somente os campeões conseguiriam se safar da frustração de não participar da elite do futebol nacional na temporada seguinte. Em compensação, algumas celebrações de título com mais de uma vitória de vantagem para o vice-líder poderiam se tornar verdadeiros dramas na luta pelo acesso.

 

Em 2010, o Coritiba foi campeão com quatro pontos de vantagem para o segundo colocado Figueirense, mas a perda de seis pontos faria com que o clube terminasse com apenas três pontos de vantagem para a quinta colocada Portuguesa. Cenário similar ocorreria em 2015, quando o Botafogo foi campeão com 72 pontos, deixando para trás o Santa Cruz, com 67.

 

Caso o Alvinegro perdesse seis pontos, fecharia a campanha também somente três acima do Náutico, primeira equipe fora do G4. Por fim, em 2012 a menor vantagem: embora o Goiás tenha conquistado o título cinco pontos acima do vice-campeão Criciúma, a perda de seis pontos deixaria o clube com apenas um ponto de vantagem para o quinto colocado São Caetano.

 

Com base na última década, a missão do Cruzeiro para alcançar a pontuação média de acesso para a Série A não é fácil.

 

O elenco celeste precisa alcançar os 69 pontos em campo (número que em 2014 rendeu o título ao Joinvile) para obter 63 pontos na tabela, média dos quarto colocados na última década. Clubes como Goiás, em 2018, e Figueirense, em 2013, já conquistaram a vaga na Série B com 60 pontos, no entanto a média não foi suficiente em outros casos, como em 2012, quando o Vitória subiu na quarta colocação com 71 pontos.

 

Isso significa buscar uma pontuação superior à média até mesmo dos vice-campeões, de 68 pontos. As campanhas das equipes campeãs renderam números maiores à métrica, com 75 pontos, que curiosamente exigiria do Cruzeiro igualar a melhor campanha da década na segunda divisão (da Portuguesa, em 2011) para conquistar a pontuação média de título do período.


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