Angélica e Novo Horizonte do Sul: Cercados pela covid-19


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CAMPO GRANDE NEWS

No mapa, Angélica e Novo Horizonte do Sul, cercados pela covid por todos os lados (Foto/Divulgação)
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No mapa de Mato Grosso do Sul, a cor vermelha é usada pela SES (Secretaria Estadual de Saúde) para identificar os municípios com casos confirmados de infecção do novo coronavírus (covid-19). No quadro, duas "ilhas brancas" chamam a atenção, cercadas pela disseminação do vírus: Angélica e Novo Horizonte do Sul.

 

Os dois pequenos municípios impõem estratégias para manter o índice zero de infecção e contam com posição geográfica, restrições sanitárias a fé e um pouco de sorte para evitar ao máximo a chegada da covid-19 naslocalidades com pouca estrutura.

 

No boletim divulgado esta manhã, na 22ª semana epidemiológica, a SES indica que a doença chegou em 50 dos 79 municípios de Mato Grosso do Sul, 63% do total. “A cada dia, o mapa vai se avermelhando”, disse o secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende, alerta que é dado diariamente.

 

Em Novo Horizonte do Sul, a 338 quilômetros de Campo Grande, a posição geográfica que é um obstáculo ao crescimento do município, quem diria, é a grande vantagem para barrar a entrada da covid-19. “É um município ‘sem saída’, não tem passagem de rodovia, quem vem tem de voltar”, disse o prefeito Marcílio Benedito (PDT). Por não ser caminho obrigatório para outra cidade acaba não sendo atrativo na geração de empregos e instalação de indústrias, mas barra o entra-e-sai de pessoas.

 

A economia é baseada na agricultura familiar, nos servidores da prefeitura e dos funcionários da usina de álcool da cidade, uma movimentação financeira centrada dentro do município e com pouca mobilidade.

 

A cidade de pouco mais de 5 mil habitantes, não chegou a fechar comércio ou restringir circulação da população, porém, adotou medidas sanitárias. Segundo o prefeito, foi adotado o toque de recolher das 22h às 5h, uso de máscara obrigatório em locais fechados e distanciamento no comércio, que deve disponibilizar álcool em gel para funcionários e clientes.

 

Segundo ele, a cidade também contou com apoio dos comerciantes e líderes religiosos, o último, uma força na cidade. São pelo menos oito igrejas, entre católicas e evangélicas, com influência entre os moradores. Inicialmente, Benedito lembra que um dos pastores chegou ser contra restrições, dizendo que agora era o momento das pessoas irem às igrejas. Depois, concordou com as medidas de distanciamento e endossou decreto municipal.

 

No Dia das Mães, a cidade registrou movimentação maior do que a média e o temor era que entrasse no “mapa vermelho” de MS. Porém, até agora, está a salvo.

 

Angélica, a 276 quilômetros de Campo Grande, é outra ilha de índice zero da doença, a preocupação é que muitos moradores trabalham em cidades vizinhas, como  Ivinhema, que teve o primeiro caso confirmado da doença. “Mais para frente vai ter caso aqui” avalia o comerciante João Luiz Requeno, 31 anos, explicando que a proximidade com áreas infectadas torna difícil barrar a entrada do vírus no município com pouco mais de 10 mil habitantes.

 

No dia 18 de março, o prefeito Roberto Cavalcanti decretou o cancelamento de atividades que possam provocar aglomerações, determinou cancelamento de aulas e restringiu atendimento no serviço público. Também tornou obrigatório o uso de máscara em locais fechados e criou protocolo de ação contra a covid. A reportagem não conseguiu contato com a prefeitura para falar da eficácia das medidas.

 

O farmacêutico Emílio Nascimento, há 10 anos com a atividade em Angélica, disse que no começo da pandemia, muita gente correu em busca de álcool em gel e máscara, mas, agora, as coisas se acalmaram. Apesar de estar fora da zona vermelha de MS, segundo ele, a população colabora com prevenção. “Primeiramente, Deus, e a gente ta evitando, fazendo certinho”, disse.


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