Presidente do Santos diz que áudios de Robinho são 'repugnantes', mas reforça benefício da dúvida


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GAZETA ESPORTIVA

Em entrevista coletiva concedida nesta quarta-feira, o presidente do Santos, Orlando Rollo, comentou sobre a suspensão do contrato de Robinho. O jogador é condenado em primeira instância por violência sexual na Itália e ainda recorre à decisão da Justiça.

 

Rollo voltou a defender o benefício da dúvida e afirmar que não pode julgar a situação, mas ressaltou que repudia qualquer situação de violência.

 

"Decidimos uma licença do contrato, para que o atleta possa se defender no processo que responde na Itália. Não vou entrar no mérito se é culpado, inocente. Não sou ninguém para julgá-lo. Ele tem de ser julgado pelo juiz na Itália. Temos de apedrejar menos e ter mais tolerância. Eu já fiz muito, na minha carreira, porque sou Policial. Eu abomino o crime de estupro. Abomino qualquer tipo de violência, qualquer tipo de violência sobre as mulheres. Nos meus 18 anos de polícia, já prendi dezenas de estupradores. Já investiguei dezenas de estupradores. Já levei à condenação dezenas de estupradores", disse o presidente.

 

O acerto do Alvinegro com Robinho teve grande repercussão e gerou pressão de patrocinadores para que o contrato fosse suspenso. Mesmo conhecendo a situação do atleta anteriormente, Orlando Rollo explicou a decisão de repatriá-lo.

 

"Decidimos trazer o Robinho por uma razão bem simples: ele aceitou o chamado do Santos em nos ajudar no momento mais difícil da história administrativa e financeira do clube, aceitando um contrato de cinco meses e ganhando apenas R$ 1,5 mil por três meses. Ele é um grande ídolo da história do Santos.

 

Ele aceitou o nosso chamado e veio nos ajudar nesse momento tão difícil. Sobre a condenação, eu vou repetir o que já havia dito: quem sou eu para julgar? Eu já prendi muito estuprador, mas temos de respeitar o devido processo legal. Ele só é considerado culpado depois de julgado. Depois dessa questão do estupro, ele já jogou no Santos, já jogou no Atlético-MG, na Turquia, na China, e nunca ninguém falou nada. Começaram a falar agora. Não vou entrar no mérito se foi tardio, mas ninguém falou nada. É uma questão bem delicada", afirmou.

 

"Já formalizamos ao Conselho Deliberativo essa licença do contrato do Robinho. Se o Robinho vier a ser absolvido em segunda instância, não vejo problema nenhum em voltar. Se for condenado, vamos pedir a rescisão do contrato", completou.

 

Ainda que aponte que não pode julgar o caso de Robinho, Rollo disse que a transcrição de áudios vazados do atacante, divulgada pelo GE, apresenta declarações graves.

 

"Evidente que os áudios são bem significativos. O crime de estupro é bem repugnante. Eu nunca respondi a nenhum processo administrativo porque sou respeitador de todos os direitos e garantias fundamentais, e entre eles, é claro, ele não pode ser considerado culpado até que se transite em julgado.

 

Os áudios são graves? Gravíssimos! Fiquei incomodado? Sim, fiquei muito incomodado. O atleta e sua defesa alegam que alguns áudios foram traduzidos do português para o italiano de maneira equivocada e outros foram tirados de contexto. A sentença é volumosa, com centenas de laudas, e temos de ter opinião após analisar o processo todo. Eu tenho total desprezo por aquilo que foi dito naqueles áudios. Eu realmente me senti incomodado, mas não podemos antecipar julgamentos. Quem sou eu para julgar alguém?", finalizou.


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