Futebol
Times brasileiros ignoram rodada decisiva na Libertadores e apostam em escalações conservadoras
Técnicos abrem mão de armar equipes mais ofensivas para evitar tropeço na competição
Segurança. Essa é a estratégia dos técnicos dos times brasileiros nesta rodada da Copa Libertadores. Apesar de terem a chance de praticamente assegurarem a classificação às oitavas de final, Cruzeiro, Internacional e São Paulo vão apostar em escalações conservadoras nos jogos desta quarta-feira (31).
O Tricolor paulista é aquele em situação mais tranquila – lidera o grupo 2. Porém, se empatar ou perder contra o Monterrey, o São Paulo corre o risco de ser ultrapassado pelo Once Caldas e teria que vencer o primeiro colocado da chave na última rodada, sob o temor de cair para a terceira posição, fora da zona de classificação. Portanto, uma vitória contra os mexicanos nesta quinta é fundamental para dar paz ao time do Morumbi.
Apesar disso, o técnico Ricardo Gomes vai escalar praticamente o mesmo time que encarou o Corinthians. A única mudança deve ser a saída de Léo Lima e a entrada de Cicinho. Dessa forma, o São Paulo confia no faro de gol de Washington – que soma cinco dos oito gols tricolores no torneio – para resolver a partida.
Gomes, aliás, parecer ter finalmente abandonado a formação com três zagueiros, marca do clube nos últimos anos. Para sustentar a força na marcação, o meio campo do time é formado por três volantes (Hernanes, Jean e Rodrigo Souto) e o meia Cléber Santana, que também pode jogar mais recuado. Com isso, o técnico mostra que o São Paulo está mais preocupado com segurar um possível 1 a 0 do que pressionar o rival no México.
O Internacional pega o Cerro-URU em casa nesta noite. Mesmo com a chance de recuperar a liderança e espantar a má fase – o time não vence há quatro jogos no Estadual e o técnico Jorge Fossati está ameaçado -, a equipe entrará em campo com uma escalação defensiva, com três zagueiros e dois volantes.
A falta de ousadia pode ser fatal para o Colorado na partida. Uma derrota em casa coloca grandes dúvidas sobre a classificação do Inter para as oitavas de final – o Cerro pode abrir cinco pontos de vantagem na ponta, com apenas mais seis para serem disputados.
Assim como os gaúchos, o Cruzeiro também faz um duelo contra o líder de seu grupo, o Vélez Sarsfield. Uma vitória simples leva a equipe de Adílson Batista à primeira posição. Contudo, uma derrota nesta quarta acaba com as chances dos mineiros de terminarem na ponta da chave. Como apenas seis dos oito segundos colocados avançam à próxima fase, a Raposa precisaria vencer a partida na última rodada e torcer por tropeços de outras equipes para cavar uma vaga.
O técnico Adílson Batista, porém, não parece preocupado em evitar um drama na rodada final e deve escalar um time mais recuado nesta noite. O meio campo terá três volantes (Fabinho, Henrique e Marquinhos Paraná), com apenas Gilberto na armação das jogadas. O treinador teria como opção para pressionar o Vélez escalar os meias Roger, Bernardo ou Pedro Ken, ou então arriscar um esquema com três atacantes, com Thiago Ribeiro ao lado dos titulares Kleber e Wellington Paulista.
Corinthians e Flamengo seguem a regra
Assim como Cruzeiro, Flamengo e Internacional, os técnicos de Corinthians e Flamengo também preferem escalações mais conservadoras na Libertadores. O Alvinegro, que foi destaque em 2009 no esquema com três atacantes, abdicou do trio ofensivo para ganhar mais força no meio campo - Mano adotou dois armadores, em vez de apenas um, ou então posicionou Jorge Henrique mais atrás.
Com a chegada de Vagner Love no início deste ano, o Flamengo fortaleceu sua formação com uma dupla de centroavantes, pouco preocupados com a marcação. Vinícius Pacheco ganhou a vaga de Petkovic na armação da equipe e o restante dos jogadores se dedica, em grande parte, a fechar a defesa. O diferencial rubro-negro é o grande número de lances ofensivos com o apoio dos laterais Juan e Léo Moura.