Uma força tarefa envolvendo policiais civis e militares prenderam, no final da manhã dessa quarta-feira (31), um rapaz de 19 anos, assassino confesso de um casal de idosos dias atrás em uma fazenda e de um mototaxista, crime ocorrido na tarde dessa terça-feira, em Amambaí.

Fábio Ramoa Cavalheiro, que nasceu em Coronel Sapucaia, mas atualmente reside na região da Vila Cristina, em Amambaí, é acusado de assassinar, a golpes de martelo na cabeça, há três semanas, Pedro da Silva Brites, de 45 anos e sua mãe, Maria Celestina, de 83 anos.

O crime ocorreu em uma fazenda situada a 18 quilômetros da cidade, no município de Amambaí e os corpos das vítimas foram encontrados somente quatro dias depois.

A outra vítima de Fábio Ramoa foi o mototaxista Agnaldo Ferreira de Araújo, de 34 anos. Ele foi assassinado com três tiros nas costas quando realizava uma corrida, na tarde dessa terça-feira (30).

Segundo o próprio autor, ele matou Agnaldo para roubar a motocicleta, que foi levada para a região de Capitan Bado, no Paraguai.

Crimes acabaram interligados

Apesar de terem ocorrido em situações diferentes, a assassinato do casal de idosos e do mototaxista acabaram interligados por alguns fatores, segundo o delegado que comandou as investigações do caso, Dr. Marcius Geraldo da Silva Cordeiro, titular da Delegacia de Polícia Civil de Amambaí.

Segundo o delegado, no caso do assassinato dos idosos, Fábio Ramoa tinha por objetivo, roubar uma arma existente na pequena casa onde mãe e filho moravam, no interior da fazenda.

Segundo declarações o próprio acusado, após ser abrigado pelos moradores para pernoitar na casa, Ramoa teria esperado o casal dormir para agir.

Ele teria se apoderado de um martelo para desferir diversos golpes contra a cabeça das vítimas e depois de se apoderar da arma, um revólver calibre 38 e de um celular pertencente a Pedro Brites, o rapaz teria retornado de bicicleta para sua casa, na cidade.

Celular foi usado para atrair o mototaxista e o revolver para matar

Durante depoimento na Delegacia, Fábio Ramoa Cavalheiro disse aos policiais que o celular furtado do casal assassinado na fazenda foi o mesmo usado para chamar o mototaxista para realizar a corrida e a arma roubada do casal de idoso, também foi a mesma usada para assassinar o mototaxista Agnaldo Araújo durante o assalto, nessa terça.

Agindo de forma fria e sem sinais de arrependimento, Fábio Ramoa contou detalhes de como armou a morte do mototaxista. Segundo o “latrocida”, ele estava desempregado e surgiu a encomenda de uma moto com as características da moto da vitima, por parte de uma pessoa residente no Paraguai.

Como a vítima já conhecida o acusado e inclusive já tinha o levado a uma fazenda, Agnaldo acabou não tomando cuidados básicos, como por exemplo, avisar algum colega de trabalho sobre a corrida.
“Eu já sai com a intenção de matá-lo. Ele me conhecia e eu não podia deixar ele vivo, pois ia me denunciar”, disse de forma fria, com exclusividade a nossa reportagem, o assassino confesso.

Fábio também revelou detalhes do crime. Segundo ele, quando se deslocavam pela Rodovia MS-485, a cerca de 12 quilômetros da cidade, em Amambaí, ele, que já havia sacado a arma, que estava em sua cintura, porém a vítima não tinha conhecimento, e quando Agnaldo parou a motocicleta, a seu pedido, ele, mesmo sem descer da garupa, efetuou os disparos, três tiros no total. “Ele morreu na hora”, disse friamente o assaltante.

Autor voltou com a moto para Amambaí

Segundo Fábio Ramoa, após matar Agnaldo Araújo, ele se apoderou da motocicleta da vítima, uma Honda Fan, cor vermelha, ano 2010, e da carteira do mototaxista, que continha a documentação pessoal de Agnaldo e pelo menos R$ 928 reais em dinheiro e voltou com a motocicleta para cidade.

“Aqui em Amambaí entreguei a moto para uma pessoa que estava me esperando e essa pessoa levou a moto para o Paraguai”, disse Fábio, ao relatar que iria receber 1 milhão e 300 mil guaranis, algo em torno de R$ 700,00 pela motocicleta roubada, valor que ainda não teria sido pago pelo receptador.

Em relação ao assassinato do casal de idosos na fazenda dias antes, o assassino disse que o motivo principal do crime foi vingança, já que tempos atrás, Pedro Brites teria matado um parente seu na região de Capitan Bado no Paraguai e o roubo da arma e do celular foi uma conseqüência.

Polícia apreendeu armas do crime

Após a prisão do assassino, a polícia realizou a preensão das armas usadas para cometer os crimes, entre eles, o martelo usado para matar os idosos, que Fábio havia jogando em um matagal próximo a casa das vítimas na fazenda e o revólver usado para matar o mototaxista, que tinha duas munições intactas e três deflagradas, justamente as utilizadas para atirar no rapaz.

Fábio Ramoa Cavalheiro foi autuado em flagrante pelo crime de latrocínio (roubo seguido de morte) pela morte do mototaxista e também indiciado em inquérito e teve a prisão preventiva decretada pela Justiça pelo, também pelo crime de latrocínio, no caso da morte de mãe e filho na fazenda. Ele está preso no Estabelecimento Penal de Amambaí (EPAM), a disposição da Justiça.

Segundo o delegado encarregado pelas investigações do caso, Dr. Marcius Geraldo Cordeiro, a Polícia Civil vai buscar apoio da Polícia Nacional do Paraguai para tentar recuperar a motocicleta, que estaria de posse de um receptador naquele país.

A carteira da vítima, ainda com os R$ 928 reais dentro, foi recuperada pelos policiais em poder de Fábio Ramoa.