Polícia fecha escola que emitia diplomas falsificados


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CG NEWS

Policiais da Decon (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo) fecharam nesta manhã a escola Paulistec, que funcionava na rua 13 de Maio e emitia diplomas falsificados de ensino fundamental e médio.

Para obter o certificado, cada aluno desembolsava de R$ 450 a R$ 780. Em seu material de divulgação, a escola prometia entregar o diploma em até 60 dias.

Ao fazer sua inscrição, o aluno recebia uma apostila e a prova era aplicada depois de 10 dias. Mais R$ 50 eram pagos no momento da retirada do certificado.

“Isso era uma fábrica de diplomas”, comentou o delegado Adriano Garcia, responsável pelo caso.

Segundo ele, o esquema funcionava vinculado a outras duas escolas localizadas no Rio de Janeiro e em Joinville (SC).

As provas eram encaminhadas para a sede da Paulistec, em São Paulo, e de lá seguiam para as duas escolas, que emitiam os certificados.

As duas unidades de ensino, apesar de estarem credenciadas e funcionarem legalmente, não poderiam emitir os diplomas sem que os alunos tivessem aulas presenciais durante uma parte do curso.

Nos certificados, as duas escolas localizadas no Rio de Janeiro e em Joinville diziam que os alunos assistiram 2.400 horas/aula, informação falsa.

Outra fraude cometida durante a aplicação das provas também foi detectada pela Polícia. Pela Lei, um representante da escola que emite o certificado precisa estar presente durante os testes, o que não acontecia.

Durante a abordagem dos policiais da Decon, duas funcionárias da escola foram detidas: Débora Cristina Lourenço, de 24 anos, e Eliane da Silva Santos, de 23.

Elas informaram que uma outra mulher, identificada apenas como Juliana, também trabalha na unidade de ensino “à distância”.

De acordo com as funcionárias, o dono da Paulistec, Mauro De Napoli, mora em São Paulo e aparece “quase nunca” na unidade de Campo Grande.

As funcionárias contaram aos policiais que recebiam comissão a cada matrícula realizada.

Elas foram encaminhadas à sede da Decon e responderão por crime contra as relações de consumo e fraude. Também poderão ser acusadas de estelionato.

Foram encontrados no local comprovantes diários de depósito em valores que vão de R$ 1.500 a R$ 2 mil.

O delegado Adriano Garcia informou que ainda não é possível informar quantos diplomas foram emitidos pela escola durante os dois anos e meio de atuação em Campo Grande.

A denúncia partiu de alunos que tiveram seus diplomas recusados após passarem em concursos públicos. Os certificados falsos, detectados nestes casos, são imediatamente cancelados pelo MEC (Ministério da Educação).

Em seu site, a Paulistec diz que os alunos podem estudar à distância, “conforme seus horários”.

A escola possui mais de 20 filiais distribuídas em oito estados. O proprietário da Paulistec, Mauro De Nápoli, já foi acionado e terá de apresentar toda a documentação provando que a escola não emitia diplomas fraudulentos.

Segundo o delegado, sua prisão preventiva pode ser pedida, se os policiais acharem necessário.


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