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Haiti: número de brasileiros mortos e feridos pode ser maior
JB ONLINE
O número de brasileiros mortos e feridos pode ser ainda maior. Ao menos outros quatro militares continuam desaparecidos, segundo comunicado do Exército divulgado quarta-feira. Três deles estariam sob escombros no Ponto Forte 22, um dos postos avançados dos militares brasileiros em missão no Haiti. O local ficou completamente destruído.
Entre as baixas militares, sete eram do 5º Batalhão de Infantaria Leve, sediado em Lorena (SP); dois do 2º Batalhão de Infantaria Leve, em Santos; um do 37º Batalhão de Infantaria Leve, com sede em Lins (SP), e um coronel, que servia no gabinete do comandante do Exército, em Brasília. De acordo com relatos dos militares brasileiros que estão no Haiti, escombros espalhados por toda Porto Príncipe impedem que carros circulem pela cidade, o que dificulta as operações de buscas. Para piorar, o incidente também comprometeu os sistemas de telefonia fixa e de celular, dificultando o repasse de informações. A capital também está sem energia elétrica.
Segundo o Centro de Comunicação Social do Exército, muitos habitantes de Porto Príncipe estão tentando refúgio na base do Comando do Batalhão Brasileiro, menos atingida pelos abalos. O general Carlos Alberto Neiva Barcellos, chefe da comunicação, disse que a população civil haitiana tem se deslocado “em massa” em direção à instalação militar brasileira em busca de socorro e auxílio no resgate dos feridos.
– A base brasileira se encontra em uma superfície plana, com poucas construções de alvenaria. As instalações não devem ter sido afetadas. Se for procurada por civis pode haver problema porque a nossa enfermaria é pequena, mas em uma situação de sufoco ninguém vai se negar a ajudar – afirmou ao JB um militar da Marinha que servia no Haiti e desembarcou quarta-feira no Rio de Janeiro, mas preferiu não se identificar.
O militar só voltaria ao Brasil no final do mês, mas problemas de saúde na família o fizeram retornar antes. Apesar de ter se livrado da tragédia, ele lamenta não estar lá para ajudar os colegas. O militar, no entanto, garante que as equipes treinadas no Rio de Janeiro que estão sendo enviadas ao Haiti estão “altamente preparadas para lidar com a situação que o país enfrenta”.
A maior parte dos 1.266 militares brasileiros que atuam no Haiti estava na base na hora do tremor. Atualmente, o Brasil contava com 1.266 militares atuando na Força de Paz da Organização das Nações Unidas no Haiti, a Minustah, dos quais 250 são da engenharia do Exército. Outros 219 militares são da Marinha. Os militares já tiveram participação de destaque em outras tragédias no país, como no socorro às vítimas dos furacões de 2004 e 2008.
A força de segurança internacional da ONU foi levada para o país depois de uma sangrenta rebelião popular em 2004. A missão é liderada pelas tropas brasileiras.
O Comando do Exército informou também que o rodízio das tropas brasileiras que acontece a cada seis meses foi suspenso temporariamente, sem previsão de quando será retomado. Um grupo de 41 militares que integram a Companhia de Engenharia Haiti e pertencem ao Comando Militar do Sul retornaria ao Brasil no próximo sábado, após cumprir seis meses de missão no país. Por causa do terremoto, o Exército ainda não confirmou se será possível manter o prazo previsto para o rodízio da tropa e o retorno deste grupo.
Um avião com 130 militares brasileiros que desembarcaria quarta-feira no Haiti teve que retornar devido à tragédia, mas deve partir, novamente, quinta-feira.
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