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Mãe de Eliza diz ter sofrido violência doméstica, quer a guarda do neto e não fala sobre goleiro Bruno
MIDIAMAX
Sonia de Fátima Marcelo da Silva Moura, 44, mãe da estudante e modelo Eliza Silva Samudio, 25, desaparecida há três semanas, em Contagem (MG), deixou o Distrito de Anhandui e veio para Campo Grande, onde conversou com a reportagem do Midiamax.
O sumiço da filha ganhou repercussão nacional pelo fato dela ter vivido um relacionamento com o jogador do Flamengo, o goleiro Bruno Fernandes, 25, principal suspeito de matar a ex-namorada, que foi vista no sítio dele em Contagem. A jovem teria ido com o bebê de 4 meses [filho dela] até a cidade mineira para conversar com o pai da criança sobre a guarda do filho.
Desde então, nunca mais foi vista e a polícia encontrou o bebê com uma amiga da atual esposa do goleiro.
Em Mato Grosso do Sul, a mãe da jovem que há seis anos não vê a filha, mora no Distrito de Anhanduí, a 56 quilômetros de Campo de Grande. Mesmo com esperanças de encontrar a filha, ela tenta conseguir a guarda do neto de 4 meses, que está sob a guarda do avô, pai de Elisa, Luiz Carlos Samudio, morador de Foz do Iguaçu (PR). Sonia quer a guarda do neto.
Ela conta ter sofrido violência doméstica quando viveu com Luiz Carlos Samudio cerca de um ano. Sonia conta que era impedida de ver a filha, contrariando as versões do pai que disse que a mãe abandonou a Eliza ainda criança.
Independente dos fatos do passado, e com diversas fotos de sua filha, inclusive com o dente de leite da filha ainda guardado em um saquinho plástico, lembrança de quando ela tinha 10 anos, Sonia diz que só quer a filha viva para que possa cuidar de seu neto e que a sua história não se repita.
Midiamax: A senhora falou que sente que a sua filha está viva, a senhora continua com esse sentimento?
Sonia: Eu sinto, eu quero encontrar a minha filha com vida e que a minha história não se repita. Eu sirvo a um Deus que eu creio, Ele é o único que pode resgatar ela viva.
Midiamax: Por que a senhora diz que não quer a que sua história se repita? Como foi a relação entre a senhora e o pai de Eliza?
Sonia: Era muito conturbada, agressões físicas por parte dele [Luiz Carlos Samudio], coação, não deixava ver minha filha, só conseguia ver ela através da sua avó e dos tios. Ele falou que eu não tinha nenhum vínculo. Até 1994 eu tinha contato dessa forma às escondidas. Ela ia muito à casa do meu irmão. Foi nessa época que eu estreitei mais meus laços com ela. Após 1999 ela veio pra cá [ Campo Grande] e aqui tinha regras, contrário do que acontecia na casa do pai. Eu quero encontrar a minha filha com vida e que minha história não se repita, para ela cuidar do filho dela e ser uma boa mãe e demonstrar o carinho e amor o que eu não pude fazer.
Midiamax: Como é que está a vida da senhora hoje diante do desaparecimento da sua filha?
Sonia: Minha vida virou de pernas para o ar . Tenho um filho de 11 anos, esposo, sítio, de repente me vi dentro desse redemoinho. Não queria estar nesse holofote, meu telefone, da minha sogra e esposo não param de tocar.
Midiamax: Onde a senhora estava quando soube do desaparecimento de sua filha?
Sonia: Eu estava na minha casa (segunda-feira, 28), havia retornado do sítio fazendo afazeres na minha casa quando eu vi a chamada na televisão, dei uma olhada e vi a foto dela. Fiquei sem chão...estava sozinha em casa, a primeira reação que eu tive foi a de pegar meu filho na escola e depois liguei para meus parentes no Paraná.
Midiamax: A senhora acredita que o goleiro Bruno esteja falando a verdade?
Sonia: Eu prefiro não comentar a respeito, tenho orado muito, peço a Deus que ilumine os delegados que estão fazendo as investigações, a minha fé que tem me mantido em pé e de cabeça erguida.
Midiamax: Luiz Carlos Samudio, disse à imprensa que não entrega a guarda de seu neto, o que a senhora pensa a respeito?
Sonia: Eu prefiro não responder a essa pergunta.
Midiamax: Quando a senhora teve o último contato com ela?
Sonia: Pessoalmente há 6 anos, quando ela foi para São Paulo, eu perdi o contato com ela. Há 1 anos eu falei com ela por telefone. Ela tem uma personalidade forte não gostava que cuidasse da vida dela.
Midiamax: A Elisa nasceu em 1985, como foi o convívio que a senhora teve com ela até ultimamente?
Sonia: Comigo ela ficou cerca de três anos. Eu e o pai dela moravamos em casas separadas nesse período. Eu tenho como provar que eu não a abandonei. Como que eu a abandonei se eu a registrei. Eu não quero nem rebater o que ele [ Luiz Carlos Samudio, pai de Eliza] e a mídia estão falando, eu tenho provas. Eu quero encontrar a minha filha. E independentemente se o meu neto é filho de jogador, ele é meu neto e quero criá-lo. Após 1994 eu vim morar em Campo Grande e por volta de 1999 ela veio morar comigo, ela estudou no Hércules Maimone quando fez a 8ª série. Depois ela voltou para Foz do Iguaçu (PR), e depois foi para São Paulo quando eu perdi o contato com ela.
Midiamax: Diante de tudo que a senhora está passando, a senhora espera por Justiça neste momento?
Sonia: Acredito em Deus, ele trará justiça.