Geral
Quando amar demais o outro é um problema
TERRA
Em uma pequena sala nos fundos de uma igreja em São Paulo, dezenove mulheres sentadas em fileiras de cadeiras falam alternadamente sobre seus problemas no relacionamento. Em sua grande maioria, são relatos de frustrações, inseguranças e falta de companheirismo. Atrás de uma mesa coberta por uma toalha rosa, uma coordenadora cronometra os cinco minutos a que cada uma tem direto para contar sua história.
As demais ouvem atentamente e lançam olhares de compreensão. Vez ou outra, uma mulher pede a palavra para contar como superou um casamento ou namoro desastrosos e servir de exemplos para as demais. É neste clima que ocorrem os encontros do Mada (Mulheres que Amam Demais Anônimas), um grupo que tem como objetivo ajudar mulheres a se livrar de relacionamentos destrutivos. "Não sei o que seria de mim sem vocês", é uma das frases mais ouvidas durante as reuniões.
Eu que amo tanto
As histórias de mulheres que sofrem por amor foram transportadas para o livro Eu Que Amo Tanto, escrito pela atriz e jornalista Marília Gabriela e publicado pela Editora Rocco. A obra é focada nas histórias de 13 mulheres que sofrem por amar demais, todas narradas em primeira pessoa. "Eu apenas lapidei, literalizei os depoimentos dessas mulheres", explicou a autora.
A vontade de escrever o livro nasceu de seu envolvimento com o fotógrafo Jordi Burch - que assina as imagens da publicação. "Queríamos falar sobre o amor e o Mada tinha ficado na minha cabeça desde a novela de Manoel Carlos (Mulheres Apaixonadas, atualmente em reprise na seção Vale a pena ver de novo, na Rede Globo)", explica. Decidido o tema sobre seu novo projeto, Marília Gabriela foi parar em uma reunião do Mada e revelou sua intenção as participantes. "No primeiro contato, 16 mulheres aceitaram participar do livro, mas três desistiram no meio do processo", diz Marília Gabriela. "As 13 restantes vieram em minha casa e a maioria consentiu em posar para as ilustrações do livro".