Cidades
Chuvarada salva lavouras na região da Grande Dourados
DOURADOS AGORA
Os mais de 100 milímetros de chuva, registrados ontem, reanimaram os produtores de soja da Grande Dourados. Pelo menos 80% das lavouras estavam comprometidas devido a falta de água. Quem plantou no mês de setembro foi o mais castigado na lavoura. Numa fase de enchimento do grão, a água é essencial para o desenvolvimento da espécie.
Dourados não registra uma chuva com a mesma intensidade de ontem, há mais de 40 dias. Segundo o produtor rural na região de Caarapó, Flávio Casagrande, 40% da produção semeada em setembro, já foram comprometidas. O plantio de soja retardou em quase todo o Centro-Oeste por conta do atraso das chuvas.
"Logo que encerrou o vazio sanitário no Estado, queríamos começar o plantio em algumas áreas. No mês de setembro quase não choveu, o que atrasou o início do plantio. A soja que plantamos nos meses de outubro e novembro também sofreu com a falta de chuva", explica o produtor.
Quem esperou para plantar entre o final de outubro e começo de novembro, apesar de datas mais seguras, também não conseguiu escapar da estiagem. O agrônomo e consultor técnico Gilmor Segatto, diz que a falta de chuva castigou várias áreas.
"No mês de novembro tivemos 23 dias de sol, em dezembro foram 28 dias de sol e temperatura elevada o que atrapalhou no desenvolvimento da espécie. As chuvas aconteceram em pontos isolados e esta de ontem foi uma das raras que beneficiou todos os produtores", explica o consultor técnico. Conforme o empresário e agrônomo Sérgio Miranda, mesmo com a falta de chuva em alguns períodos da safra 2012/13 o rendimento vai ser maior que a safra anterior.
"Tivemos um rendimento no município de Dourados de aproximadamente 35 sacas por hectare. A expectativa para este ano é que supere as 50 sacas por hectare e que os preços também ajudem os produtores de soja no Estado", ressalta o especialista.
Em algumas áreas, o colheita da soja já pode ter início no fim desde mês. Muitos produtores fizeram o plantio da soja com antecedência, para fazer o cultivo do milho safrinha mais cedo e escapar das geadas. Esse ano, os produtores de Dourados plantaram cerca de 150 mil hectares na região.
Palestra
A diretoria do Grupo Plantio na Palha de Dourados (GGP), vai realizar na próxima segunda-feira, uma reunião para discutir as principais ocorrências na safra da soja 2012/13 e fazer uma avaliação do andamento do cultivo. O encontro irá debater vários temas como: estiagem, altas temperaturas, antracnose, "ferrugem", pragas, fisiologia e antecipação colheita. Os assuntos serão discutidos a partir das 19h no auditório do GPP, no Sindicato Rural de Dourados, no Parque de Exposições. Para discutir os temas foram convidados pesquisadores da Embrapa Agropecuária Oeste de Dourados e da Fundação MS. Mais informações podem ser adquiridas no Sindicato Rural ou através do número (67) 9963-3379.
Investimentos 2013
Os produtores sul-mato-grossenses serão beneficiados com R$ 1,2 milhões destinados à produção de soja e milho. Esse valor vem da assinatura de dois convênios estabelecidos pela Fundação MS e pela Fundação Chapadão. A solenidade acontece durante o Showtec 2013, entre os dias 23 e 25 de janeiro, na Fundação MS. Esse montante será destinado ao aprimoramento das pesquisas voltadas aos grãos em Mato Grosso do Sul, assim como no aumento da capacidade produtiva estadual.
O primeiro documento, "Calibração, Validação e Difusão de tecnologias", será desenvolvido pela própria Fundação MS nos municípios de Maracaju, Rio Brilhante, Naviraí, São Gabriel do Oeste, Dourados, Amambai e Antônio João. A ação, contemplada com R$ 500 mil, intenta a implantação de 500 hectares de área para pesquisas voltadas para o papel da calibração e adubação da soja. Além disso, oferece financiamento para várias ações destinadas à oleaginosa.
Em outro convênio, "Rede de avaliação de cultivares de soja e híbridos de milho para o estado de Mato Grosso do Sul" foi estabelecido em parceria com a Fundação Chapadão. Serão destinados R$ 350 mil para cada instituição num projeto estruturante que tem a finalidade de comprar colhedoras de parcelas, equipamentos fundamentais para aumentar a capacidade operacional das entidades no Estado, bem como a capacidade de pesquisa voltada para os grãos.
Renato Roscoe, diretor executivo da Fundação MS, explica que são projetos contínuos que visam a melhoria da produção no Estado. "Será possível aprimorar as culturas de soja e milho através do aumento da competitividade e da redução de riscos, entre outros benefícios".