Irmã de brasileiro achado no Peru relata drama e desespero


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TERRA

A família do brasileiro Claudinei Monteiro, 27 anos, viveu um dia de apreensão e desespero desde que recebeu a notícia do desaparecimento dele na última sexta-feira no parque nacional de Huascarán, localizado a 400 km ao norte de Lima, a capital do Peru. Reunidos na casa de Aline Guimarães Lopes - irmã de Monteiro -, os familiares ficaram sabendo por recados no Facebook que ele estava com problemas na embaixada do Brasil no Peru. Aline foi avisada por um amigo, que informou que o irmão tinha sumido durante uma trilha. Ao fazer contato com o Itamaraty, a família soube que ele desapareceu na quinta-feira.

"O Itamaraty contou que ele fazia uma trilha e saiu do caminho, entrando num lugar onde os demais não conseguiram passar. Ele tinha água, comida e agasalho para três dias. Ficamos desesperados, apreensivos. Apenas no sábado, no final da tarde, um dos amigos nos informou que ele foi encontrado, mas disseram um monte de coisas, que ele estava quebrado. Foi horrível. Ao menos sabíamos que ele estava vivo", relatou Aline Guimarães.

O rapaz caiu numa fenda de 300 m de profundidade na montanha de Churup e recebeu os primeiros socorros logo que foi resgatado. Depois, foi encaminhado para o hospital de Huaraz e, segundo Aline, está em Lima para regressar ao Brasil nessa semana. Ela aguarda mais informações ainda hoje. "Ele estava passeando, foi para Cuzco com dois amigos em 25 de dezembro e retornaria dia 27 de janeiro. Agora, com o que ocorreu, voltará imediatamente", disse ela.

Após o resgate, Claudinei postou um recado no seu perfil do Facebook e pediu desculpas "pelo transtorno": "Fui apreciar umas geleiras, e quando era hora de voltar já havia escurecido.... resumindo, escorreguei em um lugar onde não havia como sair... não sofri nenhum dano... Eu tinha esperança de sair de lá pois havia uma estrada bem longe onde passavam pessoas... Dormi duas noites molhado, e muito frio... tinha um pouco de alimento e água.. isso me ajudou."

Autoridades peruanas e brasileiras mantêm ainda as buscas por Artur Paschoali, 19 anos, desaparecido no Peru desde 21 de dezembro. Seus pais viajaram à cidade de Santa Teresa, onde ele trabalhava havia três meses na região turística de Machu Picchu. Artur desapareceu após supostamente sair para tirar fotos da região seguindo a trilha do Caminho Inca.

Em 2012, o Ministério das Relações Exteriores recebeu 980 atestados de óbitos de brasileiros que residiam no exterior e perderam a vida das mais diferentes formas. O número é reunido pelas embaixadas e consulados espalhados pelo mundo e pode ser inferior ao dado real, já que se um brasileiro morrer longe de sua terra natal e nada for comunicado, ele não entrará na estatística oficial. Conforme o ministério, foram gastos R$ 2,2 milhões no ano passado com casos de desaparecimento, entrada negada em outros países, detenção em aeroportos, auxílio a doentes e assistência humanitária a presos, entre outros.

Claudinei Monteiro (C) caiu em uma fenda de 300 m na montanha de Churup

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