Ex-ditador argentino Jorge Videla morre na prisão aos 87 anos


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REUTERS BRASIL

O ex-ditador Jorge Rafael Videla, que comandou um sangrento regime militar que governou a Argentina entre 1976 e 1983, morreu nesta sexta-feira, aos 87 anos, enquanto cumpria várias sentenças de prisão perpétua por crimes contra a humanidade.

Videla era mantido no presídio de Marcos Paz, no subúrbio de Buenos Aires, onde morreu durante a madrugada por causas naturais, segundo um porta-voz da Secretaria de Direitos Humanos do governo.

Organizações de direitos humanos contabilizam cerca de 30 mil opositores assassinados pela ditadura militar na Argentina. Outros crimes imputados aos responsáveis pela repressão ilegal são torturas e roubo de bebês, que eram arrancados das vítimas.

"Foi um desprezível... que nunca se arrependeu", afirmou Estela de Carloto, presidente da Associação das Avós da Praça de Maio, que há décadas se dedica a buscar filhos de desaparecidos roubados durante a ditadura e que ainda desconhecem sua identidade.

Após ser julgado na década de 1980, o ex-ditador recebeu um indulto nos anos 1990 e, após algumas detenções intermitentes, voltou a cumprir pena sob regime domiciliar em 2007, assim que o ex-presidente Néstor Kirchner impulsionou a reabertura dos julgamentos dos repressores.

Em 2008 foi revogada a prisão domiciliar e Videla foi transferido para o presídio Marcos Paz.

"O governo deste homem foi doloroso para o país, então creio que sua morte encerra sua presença física, mas não o que fez contra o povo", disse à Reuters Adolfo Pérez Esquivel, ganhador do prêmio Nobel da Paz por sua defesa dos direitos humanos durante a ditadura.

O ditador nasceu em 1925 na cidade de Mercedes, 100 quilômetros a oeste de Buenos Aires, em uma família de classe média.


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