É impossível ter '100% de segurança e 100% de privacidade', diz Obama


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Numa tentativa de justificar a ação da Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) de coletar dados de ligações telefônicas e de outros meios de comunicação, apaziguando os ânimos de críticos enfurecidos com a invasão de privacidade por parte do governo americano, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, falou pela primeira vez sobre a polêmica questão, nesta sexta-feira, 7, durante visita ao Vale do Silício --- notório polo de tecnologia ---, na Califórnia.


"Não estamos ouvindo as conversar telefônicas de [todos] vocês. Não é sobre isso que trata esse programa [de vigilância]. O que os agentes da Agência Nacional de Segurança fazem é identificar o número de telefone, a origem e o destino das ligações, sem identificar nomes de usuários ou o conteúdo das conversas", disse o mandatário.


Nos últimos dias, a notícia de que programas da NSA coletavam dados de conversas telefônicas, da movimentação de usuários na internet e em outros meios de comunicação causou mal-estar e rebuliço em Washington e pelo mundo. Nesta quinta-feira, 6, o jornal britânico The Guardian divulgou que a empresa Verizon, de telefonia, recebeu uma ordem do governo dos EUA para enviar diariamente informações sobre ligações feitas dos EUA e para os EUA.


Considerado mais um escândalo da administração Obama, a questão tornou-se uma nova pedra no sapato do presidente americano, já cheia delas, uma vez que, recentemente, teve de lidar com a divulgação de práticas nada ortodoxas da Receita Federal americana (IRS na sigla em inglês) junto a grupos conservadores, como o republicano Tea Party, e do monitoramento de telefonemas de jornalistas da Associated Press e da Fox News pelo FBI.


Apesar de macular sua imagem e de seu governo, Obama defendeu as ações da NSA, dizendo que os programas ajudaram e ajudam a evitar ataques terroristas.

"Não se pode ter 100% de segurança e 100% de privacidade", disse o presidente, na Califórnia. Segundo ele, "invasões modestas" na privacidade das pessoas acabam valendo a pena para proteger a nação.

Carolyn Kaster
O presidente dos EUA, Barack Obama


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