Secretaria de Saúde de CG traça estratégias de combate à sífilis


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TV MORENA

A Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) está articulando a criação de um Comitê de Controle da Sífilis em Campo Grande. A idéia é de que esse comitê reúna representantes de entidades governamentais e não governamentais (como o CRM e a OAB) na luta para impedir o avanço da doença no município.

“Estamos preocupados que a sífilis se torne uma doença epidêmica. Nosso maior desafio é tratar o homem, já que a mulher aceita fazer o tratamento. Por questões culturais [a crença de que não adoece e de que não precisa de médico], o homem se autoprejudica e acaba prejudicando também sua parceira”, analisa Roberto Cunha, gestor de Processos do Programa Municipal DST-Aids.

De acordo com a gerente técnica do Programa DST-Aids, Gisele Freitas, outro aspecto importante a ser enfocado quando se aborda a doença é a incidência da sífilis congênita. “Destacamos a importância de a mulher começar o pré-natal o mais cedo possível, e, se estiver com sífilis, realizar o tratamento junto com o parceiro”.

Quando as recomendações médicas não são adotadas pela gestante aumentam os riscos da sífilis congênita, que é a infecção do bebê pela bactéria da sífilis durante a gravidez. “A criança com esta doença apresenta uma série de complicações à saúde”, alerta Gisele.

Estatística

Em 2009, a Secretaria Municipal de Saúde registrou 112 casos de sífilis em Campo Grande, 71 deles em homens e 41 em mulheres. No período de janeiro a julho deste ano, ocorreram 62 casos, 47 em homens e 15 em mulheres.

A doença contaminou 153 gestantes e 43 crianças na Capital no ano passado. Em 2010, o setor de Vigilância Epidemiológica da Sesau já registrou 60 casos de sífilis em gestantes e 26 em crianças.

A incidência da sífilis nas crianças, em 2009, foi de 3,47 para cada mil nascidos vivos. Neste ano (de janeiro até julho), a incidência está em 3,35 para cada mil nascidos vivos. Os números estão acima do que é preconizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que é menos de um caso de sífilis para cada mil nascidos vivos.

“É cedo para afirmar que aumentou o número de casos de sífilis em Campo Grande, já que intensificamos nosso trabalho de busca ativa dos portadores da doença”, pontuou a gerente técnica do Programa DST-Aids.

Informações gerais

A sífilis é uma doença sexualmente transmissível causada pela bactéria Treponema pallidum. Muitas pessoas infectadas não apresentam sintomas por anos, mesmo assim estão sujeitas a complicações se não forem tratadas.

Nos estágios avançados da doença, podem ocorrer danos em diversos órgãos internos, como cérebro, olhos, nervos, coração, vasos sanguíneos, fígado, ossos e articulações. As conseqüências são dificuldade em coordenar os movimentos musculares, paralisia, cegueira gradual e demência.

No caso dos bebês infectados com a sífilis, a gestante pode apresentar alto risco de ter um natimorto, ou, se após o nascimento a criança não for tratada imediatamente, pode ter o desenvolvimento retardado ou morrer.

O tratamento da sífilis é realizado com antibióticos. Quem teve a doença uma vez não está protegido de ser infectado de novo. A prevenção é possuir um relacionamento monogâmico de longa duração com um parceiro testado, que a pessoa sabe não estar infectado.

As doenças que causam ulcerações, como a sífilis, acontecem em áreas genitais que podem ou não ser cobertas pelo preservativo. É por isso, que o uso correto do preservativo apenas reduz o risco de transmissão da bactéria quando cobre toda a área infectada.

A orientação feita à população é para procurar uma unidade de saúde e interromper as atividades sexuais quando perceber corrimento anormal, ferida ou erupção.

 


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