MS
Polícia acredita que líder indígena de MS foi morta com 35 facadas por motivos passionais
A morte da indígena encontrada com 35 golpes de faca na BR-163, em Dourados, a 225 quilômetros de Campo Grande, na manhã de sábado (01), pode ser considerada crime passional e, segundo as investigações, a vítima não era uma liderança na aldeia.
De acordo com o delegado responsável pelo caso, Edmar Batistela, da 2ª Delegacia de Polícia Civil de Dourados, várias testemunhas já foram ouvidas e a possibilidade de ser um crime relacionado às causas indígenas está praticamente descartada. É provável que seja um crime passional, ressalta o Batistela. Outra suspeita é que o crime possa ter sido cometido por um ex-companheiro da vítima.
Conforme o delegado, durante os depoimentos nenhuma das testemunhas citava Marinalva Manoel, de 27 anos, como líder indígena. O cacique da aldeia em que ela morava (aldeia Nhuporã) afirmou que ela não era uma liderança e que não esteve em Brasília, relata Edmar, se referindo ao grupo de 40 lideranças que esteve recentemente na Capital Federal em defesa dos direitos territoriais dos índios do Estado.
Ainda assim, várias entidades ligadas às causas indígenas e amigos da jovem, afirmam que ela se destacava como líder na luta pela terra Nhu Verá, tekoha (território sagrado) dos índios de sua aldeia.
Segundo o delegado ainda é necessário o laudo do exame de necropsia para saber se de fato houve abuso sexual.
Caso
Conforme o boletim de ocorrência registrado na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) de Dourados, a indígena foi encontra na manhã de sábado (01), na BR-163, sem roupa e com marcar de facadas na região tórax, pescoço, rosto e mão esquerda, que para a polícia significa que a vítima tentou de defender.