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Bebê prematuro é mantido na barriga da mãe por falta de leito
TV MORENA
A falta de leitos em UTIs neonatais na rede pública tem levado médicos a adiar partos de bebês prematuros, nos hospitais de Campo Grande. O secretário municipal de Saúde disse também que 15 leitos de UTI adulto devem ser inaugurados ainda este mês na Santa Casa.
Uma família espera a quase uma semana pela parto de um bebê prematuro. Na última quarta-feira, doa 19 de janeiro, uma dona de casa levou uma filha grávida ao Hospital Regional Rosa Pedrossian. Ela foi encaminhada pelos médicos de um posto de saúde e desde então está internada.
“Ela estava correndo risco de ganhar o bebê antes do tempo de sete meses. A gente trouxe ela para cá porque aqui seria o hospital mais próximo da minha casa e chegando aqui ele teve dilatação, e ficou internada. Ela tomou um remédio para segurar o neném na barriga”, disse Mari Regina Marques Neis, mãe da gestante.
Valdeci, o futuro pai, se desesperou quando soube que a cesariana marcada para o sábado (23), foi cancelada, por falta de leito para o bebê prematuro na UTI neonatal.
“Não tinha vaga no CTI para colocar meu filho e ai eu falei, vai acontecer o que? Eles disseram que não tinha líquido mais na placenta da minha esposa e meu filho podia pegar uma bactéria, estava sujeito à bactéria”, contou Valdeci Lopes Leite, marido da grávida.
De acordo com a direção do hospital, a cirurgia da mãe, Danielli Cristhina, que estava agendada para a manhã de sábado (23), foi cancelada porque dois bebês prematuros em situação de emergência chegaram ao hospital e ocuparam as vagas da UTI neonatal. Por isso, se o parto fosse feito não haveria leito disponível para a criança.
Ainda no sábado (23), os médicos do plantão tentaram transferir a paciente para outra unidade, mas não conseguiram vaga. No mesmo dia, o Hospital Regional que é referência para gravidez de risco, recebeu 15 pedidos de vagas para crianças na UTI. O diretor técnico afirma que a mãe e o bebê estão bem.
“A gestante está de 34 semanas, o feto viável,sem nenhuma complicação. Apenas ela tem um quadro de perda de líquido amniótico e isso causa um risco de ter infecção no neném, que pode ser tratada. O melhor lugar para o neném ficar é no útero da mãe. Não adianta tirar o neném do útero da mãe, a não ser por uma necessidade extrema e depois deixa-lo sem o respirador, sem todo o equipamento, que ele vai ter dificuldades”, declarou Alexandre Frizzo, diretor técnico do Hospital Regional.
Segundo o diretor, uma nova UTI neonatal está em construção e deve ter 40 novos leitos funcionando a partir de abril. Atualmente são 20. Além do Hospital Regional, outros três hospitais da Capital tem este serviço. Para o secretário de Saúde, a superlotação não é uma realidade constante.
“É sempre uma coisa pontual a UTI neonatal. O nosso problema hoje não é neonatal, o nosso problema é adulto, adulto sistematicamente tem tido falta de leito”, afirmou Luiz Henrique Mandetta.