Edu espera retorno para definir futuro com Tite e defende Neymar: 'Chega a dar pena'

Questionado sobre participação do camisa 10, coordenador técnico da seleção brasileira diz que não é fácil ser Neymar: "Chega a dar pena, porque o que esse menino sofre não é brincadeira"


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O coordenador técnico da seleção brasileira, Edu Gaspar, concedeu entrevista coletiva neste sábado, pouco antes da saída da delegação de Kazan. Diante dos jornalistas, ele foi questionado quais serão os primeiros passos da CBF após a eliminação na Rússia e evitou falar sobre o futuro de Tite à frente do comando da equipe. Segundo Edu, é hora de juntar as dores.

 

- É inegável a satisfação que temos de estar onde estamos hoje. Isso, em conversas até antes de vir à Copa do Mundo, o Tite e eu dizíamos que estávamos com uma satisfação imensa. Mas agora é um momento difícil de responder esse tipo de pergunta. Estamos juntando nossas dores. Vamos esperar voltar ao Brasil para conversar e dar o próximo passo. O passo agora é de um ajudar o outro para tomarmos as melhores decisões possíveis.

 

Logo no início da entrevista, o coordenador técnico da seleção brasileira falou sobre a participação de Neymar na Copa do Mundo, e Edu saiu em defesa do camisa 10.

 

- A partir do momento em que passei a conviver mais com o Neymar, vi que não é fácil ser Neymar. É um menino. Menino, não, desculpe o termo. Deixou de ser menino. É um atleta que merece todo o meu elogio. As pessoas esquecem o tempo que ele ficou parado, o que ele fez para jogar a Copa do Mundo em boas condições. Treinou apenas três semanas sem problema clínico, fez apenas dois amistosos para estrear. Se não fosse o Neymar, não sei se algum atleta atingiria o nível que ele atingiu. Se dá um sorriso, é criticado e elogiado. Se chora, é criticado e elogiado. Se não dá entrevista, é criticado e elogiado. Não é fácil ser Neymar, é difícil estar na pele do Neymar em alguns momentos. Tento estar do lado dele da melhor forma possível. Foi o atleta que menos reivindicou alguma coisa. Cumpriu com todas as normas da delegação.

 

"Chega a dar pena, porque o que esse menino sofre não é brincadeira. Mas o outro lado também é verdadeiro. Eu prefiro ficar com o que tenho do dia a dia do Neymar, que é espetacular. Não estou aqui para defender, mas tenho que elogiar e agradecer por esses momentos na Copa do Mundo".

 

A saída da delegação (alguns jogadores já deixaram o hotel rumo a São Petersburgo, onde estão alguns familiares) está programada para as 9h45 (do horário de Brasília). Após deixar da cidade russa às 11h50 (de Brasília), o voo de volta faz escala em Madri e chega ao Rio de Janeiro no início da manhã de domingo.

 

Veja abaixo outros trechos da entrevista

 

Questionado se de sua parte seguirá em conjunto com o do Tite

 

"Já estamos há um bom tempo juntos, e um ajuda muito o outro. A equipe que foi formada foi de altíssimo nível. Uma equipe que se encaixa em todos os sentidos. Temos um lado humano muito aflorado, de familiares, amigos. Mas nossa carreira é distinta, ele é um treinador, eu sou um coordenador, o Cléber é auxiliar, o Sylvinho é auxiliar. Nossos cargos são diferentes. Juntou-se uma forte comissão técnica, mas a resposta é a mesma da passada: temos que nos sentar de novo. Creio que vamos ter nosso tempo, nosso momento de reflexão, para tomar os próximos passos. Se vai ser em conjunto ou não, vai do momento e de resolver da melhor forma possível".

 

O apoio do torcedor, mesmo depois de uma derrota, pode influenciar na decisão?

 

"A partir do momento que assumi essa função, comecei a perceber coisas que não percebia. A responsabilidade é imensamente importante. Independentemente da vitória, da derrota ou do empate, temos responsabilidade de passar algo bacana ao público, ao torcedor, à imprensa. Saímos derrotados do jogo, e ao mesmo tempo vejo as mensagens, o povo brasileiro orgulhoso. Isso é o esporte. A responsabilidade é imensa. Todas as ações que fazemos refletem no nosso torcedor. Está aí a mostra de que tem muita gente que ainda está orgulhosa com a seleção brasileira".

 

Amistosos pós-Copa (além do duelo contra os Estados Unidos em setembro)

 

"De outubro também estamos negociando. Estamos encaminhando alguns jogos até março de 2019 para dar sequência no trabalho, como preparação para a Copa América, principal foco a partir de agora".

 

Tem ideia de quando o futuro da comissão técnica será resolvido?

"Provavelmente devo ser o primeiro a estar na CBF, antes da comissão técnica. Vou conversar com todos os envolvidos. Depois, a gente começa a estabelecer planejamento e a conversar sobre futuro. Estou louco para estar com minha família, o pessoal que me fortalece. Depois vamos ver os próximos passos. Vamos entender todo o contexto e as necessidades. Pouco a pouco vamos tomando as decisões".

 

É possível dizer que a tendência é de continuidade do trabalho?

"Não podemos ser demagogos e não dizer que não estamos orgulhosos. É um cargo lindo, o do Tite. É maravilhoso. Mas hoje responder esse tipo de pergunta é humanamente impossível. Não posso ser tendencioso, preciso ser claro e objetivo. A gente quer esperar um pouco mais para tomar as melhores decisões".

 

Atuação na derrota para a Bélgica

"Grande jogo de futebol, com estratégias diferentes, qualidade técnica incrível. Foi tudo muito bom. Foi uma experiência incrível ter participado desse jogo. Deixará realmente algo a nós. Essa dor que estamos sentindo não é fácil. Foi a maior como como atleta ou dirigente. Uma dor que sangra. Temos que seguir firmes nos nossos objetivos que temos, continuando com essa responsabilidade".

 

"Uma dor que sangra".

Houve algum erro de avaliação na parte física?

 

"Pelo contrário. Se olhar o jogo contra a Bélgica, como terminou a seleção brasileira e a Bélgica. O jogo contra o México. É simples, é avaliar o jogo para ter todas as suas opiniões".

 


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