Carioca da gema com requinte gaúcho, Aílton sobe no muro para Fla e Grêmio

Campeão por ambos, ex-volante elogia amigo Renato Portaluppi, exalta vinícolas e churrasco do Sul e amor pelo Rio. Para Copa do Brasil, não tem palpite: "Vou ficar no empate para não ser injusto"


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Nesta quarta-feira, Flamengo e Grêmio entram em campo às 21h45 para lutar por uma vaga na semifinal da Copa do Brasil. E entre o calor e as praias cariocas e o friozinho, com direito a vinho e churrasco no Rio Grande do Sul, Aílton está em cima do muro. Campeão brasileiro por Rubro-Negro e Tricolor, o ex-volante e atualmente treinador de futebol falou ao GloboEsporte.com sobre o carinho pelas duas equipes, a amizade com Renato Portaluppi, o amor pelo Rio de Janeiro, e os hábitos que cultivou em terras gaúchas. E quando perguntado sobre um vencedor desta noite no Maracanã, ele aliou a malandragem carioca à frieza gaúcha para responder.

 

– Foram seis anos de Flamengo. Não são seis dias. Tenho um respeito e um carinho muito grande. No Grêmio foram um ano e seis meses só, mas com carinho grande também. Mas vou ficar no empate para não ser injusto, nem com um, nem com outro. Vou ficar em cima do muro, sem medo de falar (risos) – disse.

 

Revelado pelo Flamengo, Aílton deu os primeiros passos no futebol pelo clube da Gávea. Titular em 1987, ele foi um dos responsáveis por levar o Rubro-Negro ao título da Copa União, elite do Campeonato Brasileiro à época. Ao lado dele, além de Zico, Zé Carlos, Bebeto e Andrade, estava Renato Gaúcho, que estará à beira do campo comandando o Grêmio nesta quarta.

 

Aílton também atuou e foi campeão do Carioca com o ex-atacante pelo Fluminense, chutando a bola para o gol de barriga de Renato, em 95. Segundo ele, a essência do amigo segue a mesma, mas há diferenças entre Renato Gaúcho, jogador, e Renato Portaluppi, campeão da Copa do Brasil e da Libertadores, como treinador do Imortal.

 

"Como jogador era um zoador, muito brincalhão, tirava sarro dos adversários, o que às vezes era ruim para a gente. Mas ele não esquentava, era o modo dele jogar. Vejo que ele amadureceu muito, está estudando com certeza... A postura de entrevista é outra, largou um pouco os óculos escuros. E isso é bom. Nada melhor do que poder olhar nos olhos"

 

– O Renato é um cara muito bom de grupo, altamente motivador. Ele põe pilha mesmo. Como jogador era assim e nesse sentido permanece como treinador, de passar confiança de que é possível vencer e ser campeão. Não é à toa que é um vencedor e que os resultados estão aparecendo – completou.

 

Depois de 95, Aílton trocou o clima carioca pelo frio de Porto Alegre. Contratado pelo Grêmio, o jogador fez o gol do título Brasileiro, o segundo da vitória sobre a Portuguesa no Olímpico e ficou imortalizado na história do Tricolor. Aílton Ferraz ainda visita o ex-clube e diz ser sempre muito bem recebido pelos gremistas.

 

 Tenho um carinho muito grande pelo Grêmio. Sou muito bem acolhido pelos torcedores e pelo clube. Sempre tem evento, toda vez que vou ao Sul, visito o CT, tive a oportunidade assistir a treinos do Renato (Portaluppi). Torço muito pelo sucesso do Grêmio. Esse carinho pelo clube é eterno – falou.

 

A passagem pelo Rio Grande do Sul não serviu apenas para enriquecer ainda mais o currículo esportivo de Aílton como jogador. A vida no Sul do país proporcionou ao treinador hábitos que ele mantem até hoje, mais de duas décadas depois.

 

– O vinho tem muito a ver com a minha passagem pelo Rio Grande do Sul. O frio, as idas até Bento Gonçalves, sempre visitando vinícolas... aí peguei o hábito que considero bastante saudável, sempre com moderação. Tenho até uma adega em casa, às vezes, tomo um cálice, e vamo que vamo (risos). Mas outra coisa que trouxe de lá foi o churrasco gaúcho. Peguei este hábito de fazer o churrasco maravilhoso de lá, aquela costela bem feita – contou.

 

No entanto, o coração de Aílton Ferraz, que é técnico de futebol há 16 anos, é do Rio de Janeiro. Ele foi nascido, criado e se tornou profissional da Cidade Maravilhosa, onde vive a família e onde Aílton costuma passar os dias de folga da corrida vida de treinador.

 

Só que a continuidade no lugar onde defendeu e foi campeão pela dupla Fla-Flu e pelo Botafogo está com os dias contados. Sempre alegre, brincalhão e alto-astral, Aílton muda o tom e se entristece ao realizar que a criminalidade pode tirá-lo de sua cidade natal.

 

– O Rio de Janeiro representa muito para mim. Onde nasci, minha família toda mora lá. A cidade onde aprendi tudo, criação boa. Gosto muito de ir à praia para jogar futevôlei. É o que mais faço quando vou para o Rio, além de reunir com a família no final de semana. Amo o Rio, é a Cidade Maravilhosa, mas que está sendo contaminada pelos bandidos. É uma pena estar em uma cidade que você ama e ter de deixá-la pela violência – declarou o treinador, que diz ter um projeto familiar de viver em outra cidade no Brasil ou até mesmo no exterior.

 

 

 


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