Odilon: pai e filho se contradizem sobre visita a ex-governador preso

PDT confirmou que Junior foi ao Centro de Triagem fechar acordo com Puccinelli


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JORNAL DA NOVA

O presidente regional do PDT, deputado federal Dagoberto Nogueira, confirmou, na tarde de segunda-feira (15), a conclusão das negociações do vereador de Campo Grande Odilon Júnior com o ex-governador André Puccinelli, na prisão, sobre aliança do MDB com o PDT no segundo turno das eleições para governador. Dagoberto disse ainda que o presidente de honra do partido, João Leite Schimidt, foi quem começou o acordo com o MDB. Odilon Júnior apenas terminou de selar a aliança com André.

 

Diante da repercussão sobre as negociações feitas na prisão com o ex-governador, cada um apresenta versão diferente dos fatos. O pai do vereador e candidato a governador, juiz Odilon de Oliveira, disse em live pelo Facebook que o filho foi colega de André Puccinelli Júnior na vida acadêmica e não foi ao presídio para negociações. Mas o filho, Odilonzinho, como é mais conhecido, disse outra coisa. Ele explicou ter ido ao presídio a convite do ex-governador para dar orientação jurídica sobre o caso dele. Puccinelli está preso desde o dia 20 de julho, com o filho, em razão dos desdobramentos da Operação Lama Asfáltica. 

 

Só que André já tem os melhores advogados do Brasil na sua defesa, como o criminalista Antônio Mariz e Cézar Bitencourt, além de Renê Siufi, em Mato Grosso do Sul.

 

Pela manhã, o vice-presidente regional do partido e ex-deputado federal, Antonio Carlos Biffi, declarou que Odilon Júnior foi ao Centro de Triagem de Campo Grande “alinhar o que já estava costurado”.

 

Domingo à tarde, Dagoberto se reuniu com o juiz Odilon. O dirigente partidário não estava disposto a falar muito com os jornalistas. O juiz saiu pelos fundos do seu escritório particular para não dar entrevistas. Pelo comportamento de Dagoberto, sempre acessível à imprensa, ele parecia tenso. Ele vem sendo ignorado pelo juiz e admitiu, na semana passada, a existência de racha no partido.

 

Mas essa crise não foi admitida pelo vice-presidente, Antônio Carlos Biffi. Ele tentou mostrar unidade inexistente dentro do PDT. “Quem conduziu aliança com MDB foi o João Leite Schimidit antes e também depois do primeiro turno. O acordo era de que quem passasse para o segundo turno apoiava o outro”, disse.

 

A aliança dos dois partidos, de acordo com Biffi, foi alinhada, propositalmente, anteriormente. “Você pode até ganhar eleição sozinho, mas você não governa sozinho. MDB é o fiel da balança assim como foi em 2014; Delcídio [do Amaral] perdeu porque não conseguiu apoio do MDB”, justificou Biffi. Com relação às reuniões da legenda realizadas ontem, Odilonzinho se explicou dizendo que foram necessárias para alinhar os militantes. “A Executiva do PDT se reuniu pela manhã para definir como poderá contribuir mais com a campanha do juiz Odilon. À tarde, nos reunimos com Dagoberto para tratar como seria essa ajuda, qual seria o papel de cada um eleito e das pessoas do partido”.

 

Mas as conversas com os filiados ao partido não acabaram. “Ficou definido que hoje vamos ter outra conversa com o pessoal do partido para delimitar as funções, como quem vai ajudar a coordenar cada região, determinar quem vai auxiliar para fechar mais alianças, pois nem todas foram fechadas, e qual a função do deputado federal para falar com a Câmara Federal”.

 

Questionado sobre o que foi fazer no Centro de Triagem, o vereador contou ter ido visitar Puccinelli a pedido dele. “Fui visitar a pedido dele, na condição de advogado, para dar orientação sobre o caso dele. Não estou advogando, foi a convite dele para um parecer. Não posso falar sobre o que foi, pois tem que preservar sigilo entre cliente e advogado”, afirmou.

 

Na saída da reunião, Dagoberto relatou insegurança por parte do PDT em relação à campanha. “Estamos administrando para arrumar isso. Vamos fazer uma reunião grande com o PDT do Estado inteiro. Vou ajustar isso para saber se vai ser na quinta ou sexta, para todos eles estarem aqui”.


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