Pais são condenados a 48 anos de prisão pela morte da filha de 1 mês de idade em MS


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ASSESSORIA/MPMS

 

Após quase 12 horas de julgamento, foram condenados pelo crime de homicídio qualificado, o casal Lorrayne Guimarães Torres e Gilson Gonçalves, ambos acusados pela morte de sua filha Ayla Gabrielly Torres, uma bebê de pouco mais de 1 mês de idade. O julgamento foi realizado no Tribunal do Júri do município de Corumbá e foi presidido pelo Juiz de Direito em Substituição Legal Deyvis Ecco.

 

A acusação foi feita pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul, representado pelo Promotor de Justiça Fabio Adalberto Cardoso de Morais, que atuou no Plenário e sustentou a denúncia dos réus pelo crime de homicídio triplamente qualificado: meio cruel, asfixia e recurso que dificultou a defesa da vítima.

 

Já a defesa foi feita pela Defensoria Pública do Estado, por dois defensores diferentes, haja vista a divergência nas teses defensivas dos réus.

 

O Conselho de Sentença acatou a acusação do Ministério Público e decidiu que os réus Lorrayne Guimarães Torres e Gilson Gonçalves eram culpados. O juiz fixou a pena de 24 anos de reclusão para cada réu.

 

Entenda o caso

 

Trata-se de homicídio cometido por Lorrayne Guimarães Torres e Gilson Gonçalves, pais de Ayla Gabrielly Torres, uma bebê nascida em 12/12/2015, prematura aos 7 meses e portadora de hidrocefalia (acúmulo de líquido cefalorraquidiano no interior da cavidade craniana, aumentando a pressão intracraniana sobre o cérebro, podendo vir a causar lesões no tecido cerebral, havendo o aumento e inchaço do crânio).

 

Em dezembro de 2015, nasceu prematura de 7 meses a bebê Ayla Gabrielly Torres. Ela nasceu com hidrocefalia e não tinha capacidade de sucção e deglutição (engolir), desde então, a bebê necessitou ficar internada no berçário do hospital e alimentada apenas por sonda.

 

Depois de 23 dias de internamento da bebê, a mãe ficou de "saco cheio" de ir ao hospital todos os dias e conseguiu retirar a bebê do hospital, mesmo cientificada de todos os riscos e necessidades da bebê que era especial. A mãe assumiu o risco e levou a bebê para a casa do casal. O pai aderiu à conduta da mãe, aliás, ele pouco se preocupou com a filha desde a gestação até a morte.

 

Além de não prestarem os mínimos cuidados à bebê, os pais retiraram a sonda dela, única forma que a alimentava, deixando-a sem alimentação e, consequentemente, desnutrida.

 

No dia 24 de janeiro de 2016, no início da noite, em torno das 20h, a mãe deu mamadeira para a bebê e a largou na casa de uma vizinha, dizendo que precisava ir apenas a um aniversário e voltaria logo, mas, na verdade, ela foi para o "Pagode da Pesada". Já o pai ninguém sabia onde estava.

 

A bebê morreu naquela mesma noite em torno das 22h, por bronco-aspiração por meio líquido e absolutamente desnutrida. A mãe chegou 3 horas da manhã, completamente bêbada, já com o Samu em sua casa. Como o médico do Samu não viu sinais de violência na bebê, não acionou a polícia. Pai e mãe dormiram com a bebê morta em casa.

 

Pela manhã, a mãe saiu pelas ruas com a bebê no colo e o pai, sem se importar, ficou em casa assistindo a final da Copa São Paulo de Futebol Júnior daquele ano de 2016, entre Corinthians e Flamengo, fazendo questão de dizer na Delegacia de Polícia que o jogo estava 2 x 0 para o Corinthians quando os policiais chegaram em sua casa.

 

Os pais foram presos e os policiais ainda encontraram quase 160 trouxinhas de pasta base de cocaína em um pacote de fraldas.


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