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Mosquito transgênico que não voa pode combater dengue
O ESTADO
Uma nova variedade de mosquitos modificados geneticamente para não voar poderia conter a transmissão do vírus da dengue, segundo um estudo de pesquisadores das universidades de Oxford e da Califórnia.
O experimento, publicado nesta segunda-feira, 22, na revista "Proceedings of the National Academy of Sciences", criou uma variedade de mosquito cujas fêmeas são incapazes de voar devido à interrupção provocada do desenvolvimento dos músculos de suas asas.
Os machos dessa variedade não exibem sintomas visíveis de sua alteração genética mas, quando se acasalam com fêmeas selvagens, os mosquitos fêmea da geração seguinte já nascem sem poder voar. Até agora, o experimento só foi realizado em laboratórios, mas se espera que a nova variedade desses insetos possa ser solta à natureza em 2011.
Segundo indicou à Agência Efe Luke Alphey, pesquisador da empresa Oxford Insect Technologies (Oxitec) associada à universidade britânica, essa libertação representaria o desaparecimento dos mosquitos nativos entre seis e nove meses.
A febre da dengue, um vírus transmitido pela picada da fêmea do mosquito "Aedes aegypti", afeta a cada ano entre 50 e 100 milhões de pessoas. Embora haja estudos em andamento sobre a prevenção e cura da dengue, o uso generalizado de uma vacina contra o vírus ainda levará muitos anos, assegura Alphey. O pesquisador opina que "até então, o controle do mosquito será a única forma de controlar a doença".
Os pesquisadores destacaram também que todos os habitantes das áreas tratadas se beneficiariam com a medida, e concordam na possibilidade de aplicá-la a outros espécies de mosquitos transmissores de doenças como a malária ou a febre do Nilo Ocidental.
Os países com mais casos de dengue registrados entre 1995 e 2008 foram Brasil, Colômbia, El Salvador, Nicarágua, Guatemala, Honduras, México, Peru e Venezuela. Além disso, a doença se difundiu consideravelmente nos últimos cinco anos na Argentina, Bolívia, Costa Rica e Paraguai.