Credor entra com pedido de falência da Backer na Justiça em Minas Gerais

Fábrica está fechada há mais de dois meses após início de investigação de casos de intoxicação por dietilenoglicol.


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G1 MS

Um credor entrou com pedido de falência da Cervejaria Backer no Tribunal de Justiça de Minas Gerais. A empresa é alvo de investigação da Polícia Civil depois que casos de intoxicação por dietilenoglicol começaram a surgir no estado. A substância foi encontrada na cerveja Belorizontina, fabricada pela Backer.


A empresa informou em nota que a "prioridade da Backer é custear o tratamento médico dos clientes e amparar suas famílias. Imediatamente após o desbloqueio parcial dos bens pelo Tribunal de Justiça, ocorrido na última sexta-feira, a Backer iniciou as tratativas com os advogados dos clientes para efetivar o atendimento às suas necessidades. Todos os demais compromissos da empresa estão em segundo plano neste momento".


De acordo com o Fórum Lafayette, a empresa que entrou com o pedido de falência é de investimentos. Segundo a petição inicial, a Backer emitiu uma nota promissória e se comprometeu a pagar R$ 600 mil, porém, até a data combinada, não tinha cumprido o pagamento na integralidade, deixando em aberto um valor em torno de R$ 51 mil. O saldo corrigido está em torno de R$ 52 mil.


A fábrica da empresa está fechada há dois meses. Cerca de 150 funcionários já foram demitidos. As dispensas estão sendo feitas desde o dia 15 de janeiro.
 
O advogado do credor, André Vaz, disse que não vai comentar sobre o teor da ação até que o juiz a receba. O pedido foi feito nesta quarta-feira (11). "Não posso dizer muito em respeito ao meu cliente, mas o que posso adiantar é que não restou alternativa senão entrar na Justiça".
 

Investigação
 
No dia 6 de março, a polícia ampliou para 38 o número de casos suspeitos investigados e confirmou a presença de dietilenoglicol em 11 destes pacientes. O inquérito foi aberto em janeiro, depois que vítimas manifestaram sintomas como dores abdominais, náuseas, vômitos, alterações neurológicas e insuficiência renal.


A substância tóxica dietilenoglicol foi encontrada pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) em cervejas da marca, em tanques e na água da fábrica em Belo Horizonte, que está interditada. A Backer sempre negou usar o dietilenoglicol no processo de fabricação, mas afirma usar o monoetilenoglicol.


A polícia conta agora com o apoio do Centro de Desenvolvimento de Tecnologia Nuclear (CDTN), autarquia do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), para desenvolver trabalhos da perícia e efetuar testes na fábrica.


Pelo método desenvolvido no CDTN um material fluorescente, uma espécie de contraste, vai ser colocado na serpentina que envolve externamente o tanque de cerveja. Depois, amostras recolhidas dentro do tanque serão analisadas no local.


O objetivo é saber se o contraste vai aparecer na amostra recolhida dentro do tanque.
 

Vítimas
 
Sete pessoas morreram vítimas da intoxicação por dietilenoglicol em Minas Gerais. A última foi Ronaldo Santos que morreu na noite deste domingo (8). O homem ficou internado por quase 50 dias em um hospital na Região do Barreiro, em BH, com sintomas de intoxicação.


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